O meu homem sempre me deu tudo....
“… tínhamos duas boas casas, com tudo do melhor. Viajávamos imenso, os miúdos estavam em boas escolas. Oferecia-me muitas jóias, escolheu-me um óptimo carro. Até um barco ele chegou a comprar….
O meu homem dava-me tudo. Mesmo tudo…. Mas sobretudo dava-me porrada.
Eu lá ia disfarçando as marcas negras com maquilhagem mas as feridas da alma, essas, não se cobrem com pós. O meu tormento durou 29 anos. Tive dois filhos com aquele homem- dois filhos que ele nunca respeitou. Aliás, na segunda gravidez ele deu-me imensas tareias e atirava-me frequentemente ao chão. Quando olho para trás pergunto como é que fui capaz de aguentar aquilo… eu não queria dar o braço a torcer, não queria voltar para casa dos meus pais e assumir o falhanço do meu casamento. E, afinal, quem iria acreditar que ele era assim ? Fora de casa era amoroso, simpático, dava-se com toda a gente… o mais certo era pensarem que eu andava a fazer alguma para o tirar do sério… Mas um dia decidi que já chegava; saí de casa para levar os miúdos à escola e já não voltei. Saí do meu palácio –prisão e fui dormir para um quartinho alugado em Odivelas. Comecei a tratar do divórcio e foi aí que ele me procurou e ameaçou com uma pistola. Não sei onde fui buscar a coragem mas olhei-o nos olhos e disse-lhe que ele já me tinha feito tanto mal que não era uma pistola que me metia medo. Disse-lhe que sempre o considerara um cobarde por tudo o que ele me tinha feito ao longo dos anos. Podia ter morrido ali; mas acho que o meu olhar , a minha voz e a minha atitude afirmavam a minha convicção: eu estava decidida a mudar. ”
Maria, 51 anos, Lisboa
“… tínhamos duas boas casas, com tudo do melhor. Viajávamos imenso, os miúdos estavam em boas escolas. Oferecia-me muitas jóias, escolheu-me um óptimo carro. Até um barco ele chegou a comprar….
O meu homem dava-me tudo. Mesmo tudo…. Mas sobretudo dava-me porrada.
Eu lá ia disfarçando as marcas negras com maquilhagem mas as feridas da alma, essas, não se cobrem com pós. O meu tormento durou 29 anos. Tive dois filhos com aquele homem- dois filhos que ele nunca respeitou. Aliás, na segunda gravidez ele deu-me imensas tareias e atirava-me frequentemente ao chão. Quando olho para trás pergunto como é que fui capaz de aguentar aquilo… eu não queria dar o braço a torcer, não queria voltar para casa dos meus pais e assumir o falhanço do meu casamento. E, afinal, quem iria acreditar que ele era assim ? Fora de casa era amoroso, simpático, dava-se com toda a gente… o mais certo era pensarem que eu andava a fazer alguma para o tirar do sério… Mas um dia decidi que já chegava; saí de casa para levar os miúdos à escola e já não voltei. Saí do meu palácio –prisão e fui dormir para um quartinho alugado em Odivelas. Comecei a tratar do divórcio e foi aí que ele me procurou e ameaçou com uma pistola. Não sei onde fui buscar a coragem mas olhei-o nos olhos e disse-lhe que ele já me tinha feito tanto mal que não era uma pistola que me metia medo. Disse-lhe que sempre o considerara um cobarde por tudo o que ele me tinha feito ao longo dos anos. Podia ter morrido ali; mas acho que o meu olhar , a minha voz e a minha atitude afirmavam a minha convicção: eu estava decidida a mudar. ”
Maria, 51 anos, Lisboa
Sem comentários:
Enviar um comentário